Para uma estratégia de marketing digital assertiva, é necessário conhecer bem os desejos e os comportamentos de seus consumidores, seja para integrar a marca no ecossistema de conteúdo e não agir de forma interruptiva, seja para idealizar uma ação baseada em gostos específicos. E, para isso, existem uma infinidade de ferramentas e recursos que permitem, por meio de tecnologias, identificar essas tendências de comportamento do consumidor, para que os dados possam ser usados pelas marcas.
“Na medida em que temos recursos para entender melhor como as pessoas se comportam e consomem, essas novas tecnologias nos permitem ter um diagnóstico mais preciso e auxiliam tanto no desenvolvimento de novos produtos quanto no desenvolvimento estratégico mais efetivo de comunicação com as público das pessoas”, diz Bernardo Rodrigues, diretor de marketing e sócio da agência Take Five. Segundo o executivo, a base da estratégia do marketing é saber conversar, identificar e ouvir os comportamentos, para buscar uma forma de atender as demandas, com produtos e serviços que funcionem e que satisfaçam, e contribuir ao resultado do negócio.
Para Vitor Coelho, consultor na WGSN Mindset, braço de consultoria da empresa líder em tendências de comportamento, as tendências de consumo influenciam as estratégias de martechs e adtechs, pois é preciso entender que, além das plataformas estarem em constante atualização, os meios ditam diversas variáveis do marketing digital. O comportamento do consumidor, suas prioridades, seus valores, sua forma de consumir e produzir conteúdo também estão em constante movimento. “Não adianta a marca estar presente na plataforma ou no assunto do momento, sem entender, antes, o que os consumidores estão buscando disso e como eles esperam que as marcas entrem nessa conversa. Sem entender as mudanças na forma de consumo, o esforço de comunicação pode ter pouco retorno. E, sem entender as mudanças no comportamento, a resposta pode até ser negativa e prejudicar a marca”, explica Vitor.
Porém, mesmo com as ferramentas existentes para acompanhar esses movimentos, a velocidade do digital dificulta o trabalho dos estrategistas. Bernardo diz que a maior dificuldade que os profissionais encontram é “consequência de uma dinâmica da cultura contemporânea, hiper conectada, de linguagens rápidas, muito dinâmicas, com bens que são muito fugasses, onde não existe perenidade nem da própria tendência, com a tendência deixando de ser tendência às vezes muito rápido e as transformações no próprio comportamento do consumidor seguindo o mesmo ritmo”. “Muitas vezes, é difícil de antecipar algum tipo de comportamento ou aproveitar a tendência antes que ela chegue no topo, pela velocidade destes ciclos. Esse não é um problema onipresente, mas acho que é a principal dificuldade de lidar com uma cultura muito dinâmica, onde inclusive, muitas vezes, o público está desatento, tanto no que é dito, para estabelecer uma comunicação, quanto para dar sinais que na verdade não condizem com o que ele quer, como quando as pessoas clicam para obter promoções que elas não tem interesse, mas de alguma forma o design induz a uma interação que ela é um tanto impulsiva e pouco assinada”, adiciona o diretor de marketing e sócio da Take Five.
Além disso, nesse cenário de rápidas transformações, Vitor pontuou duas dificuldades comuns que tem encontrado na hora de adaptar as estratégias às tendências. A primeira delas é falta de agilidade. Ele explica que pioneirismo nem sempre é fundamental, mas é um diferencial importante, que em determinadas situações está diretamente ligado a amplitude dos resultados. E, segunda é saber trabalhar com risco, pois a maioria das marcas já sabe a importância crucial de se trabalhar tendências, mas algumas ainda não sabem administrar projetos em formatos betas que podem ser revolucionários para seus mercados.
As tendências do momento
Diante desse mercado de atuação, algumas tendências têm influenciado as estratégias das empresas. De acordo com Bernardo, é preciso estar atendo à um cenário de pós-pandemia, que já vem se apresentando como tendência, principalmente para os setores que ficaram parados e agora começam a retomar suas atividades, como gastronomia, bar, hotelaria e turismo.
Segundo Vitor, existem quatro movimentos do mercado de tendências importantes de serem observados: “A prática do social commerces, algo mais maduro no mercado chinês e que deve, cada vez mais, despontar por aqui, fortalecendo ainda mais o uso das redes sociais como aceleradoras de conversão; o metaverso, que se tornou ainda mais relevante nos últimos meses e deve se consagrar como parte das estratégias das marcas nos próximos tempos, com novas iniciativas, players e formatos florescendo; a corrida da implementação das tecnologias figitais, que unem a volta das visitas físicas às lojas com interações digitais simultâneas, que vão dar mais segurança e praticidade ao consumidor; e, por fim a capilarização do mercado de influência, graças a sistemas como o pay-to-play”.
**Crédito da imagem do topo: Cristian Dina/Pexels
Por: Carolina Huertas
Fonte: Meio&Mensagem