Dirigentes das 13 emissoras e retransmissoras de TV de Brasília e do entorno do DF se reuniram, nesta quinta-feira (29), com representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) e da Seja Digital, atores envolvidos no processo de digitalização do sinal de TV no país.
Os avanços nas campanhas de desligamento do sinal analógico na região, previsto para 26 de outubro, foram apresentados por representantes do SBT, Globo, Band, Record e Canção Nova, que revelaram os números de inserções das tarjas e cartelas durante a programação nos últimos meses. As emissoras destacaram que as ações voluntárias para o esclarecimento da população superaram as ações obrigatórias, previstas em portaria do Ministério das Comunicações.
De acordo com a Seja Digital, responsável pela digitalização da TV no Brasil, 97% da população têm conhecimento do desligamento do sinal analógico, mas o presidente da entidade, Antônio Carlos Martelletto, enfatizou que a meta para o desligamento é atingir 100% dos domicílios. “Mais de 90% da população já está atendida, o índice é considerado alto, se comparado a Rio Verde, no mesmo período do desligamento. O objetivo da Seja Digital é atingir 100% dos domicílios, para que a população não perca esse benefício e não fique nenhum dia sem receber o sinal digital”, afirmou Martelletto.
Para o diretor geral da ABERT, Luis Roberto Antonik, o resultado das ações para o processo de desligamento é positivo. “Eu acredito que estamos indo muito bem aqui em Brasília, pois já alcançamos 85% dos domicílios aptos para migrar. Atingimos mais do que Rio Verde (GO) conseguiu atingir a dois meses do desligamento. É um processo que precisa de muita colaboração das emissoras, que têm um papel muito importante”, destacou.
Segundo Antonik, o grande desafio é distribuir os 100 mil kits de conversores digitais que ainda não foram entregues às famílias beneficiadas pelos programas do governo federal. “A população de baixa renda é a que precisa do conversor e as emissoras de TV têm papel preponderante na divulgação, chamando essas famílias para buscarem o seu kit conversor”, explicou.
Evolução no processo
Para Rodrigo Zerbone, conselheiro da ANATEL e presidente do Gired (grupo que conduz o processo de transição da TV digital), foi seguido um planejamento rigoroso baseado em experiências internacionais para a melhor execução das ações. Para Zerbone, a experiência em Rio Verde trouxe amadurecimento ao setor e uma reformulação no processo de comunicação.
“Em Brasília foi feita uma abordagem de inteligência de campo, com o envolvimento de líderes comunitários, do jornalismo das emissoras, de ações de assistência à população de baixa renda, pontos essenciais para atingirmos o percentual esperado de 93% dos domicílios aptos para receber o sinal digital”, disse Zerbone.
Trabalho e consenso
De acordo com a secretária de Comunicações do MCTIC, Vanda Jugurtha, cada uma das etapas nas regiões que serão desligadas deve ser trabalhada particularmente. Ela acredita que é preciso trabalho e consenso para realizar o desligamento.
“Com essa crise econômica que o país enfrenta, as pessoas de baixa renda não têm poder aquisitivo para adquirir um televisor novo ou um kit conversor. Este é um desafio muito grande. Por isso, o MCTIC está à frente de políticas públicas com o objetivo de atender os interesses públicos e os direitos do cidadão”, disse Vanda.
Seja Digital
Para a diretora de Comunicação da Seja Digital, Patrícia Abreu, as campanhas de divulgação já impactaram mais de 400 mil pessoas em Brasília e no entorno. De acordo com dados da entidade, mais de mil antenistas estão engajados no projeto, 15 mil condomínios estão preparados e 500 lojas auxiliam na divulgação e orientação sobre o fim do sinal analógico.
Mais de dois mil estabelecimentos comerciais receberam o Selo Amigo Digital e ajudam nas informações para a população mais vulnerável.
Com o concurso Aluno Digital, 600 mil estudantes de 1076 escolas do DF e do entorno foram impactados. Foram feitas 6,8 mil inserções no rádio e 700 na TV.
“São muitas as ações para sensibilizar as pessoas no comércio, nas escolas, nas ruas e em toda a comunidade. O desafio agora é não deixar faltar kits de conversores nos estabelecimentos comerciais”, afirmou Patrícia.
Fonte: ABERT.