Na última quinta-feira (19) o mercado norte-americano conheceu todos os detalhes do levantamento The Infinite Dial 2020, este que foi realizado pela Edison Research e pela Triton Digital. O estudo dá um mapa completo do consumo de mídia nos Estados Unidos, com atenção para a mídia áudio. Como era de se esperar, o rádio segue na ampla liderança nos veículos, mas observa também o crescimento de dispositivos como as smart speakers (caixas de som inteligentes) e um aumento no consumo de áudio digital nos carros.
Liderança do rádio nos carros
O rádio AM/FM continua com ampla liderança na presença dos automóveis norte-americanos. Segundo a The Infinite Dial, a frequência de uso do rádio terrestre pouco oscila nos últimos anos: foi de 82% em 2018, para estabilizar em 81% entre 2019 e 2020.
Nesse mesmo período, o rádio on-line (via streaming) foi de 28% em 2018 e 2019 para 33% em 2020.
Outro formato de rádio, como a SiriusXM (via-satélite), teve um avanço de 21% em 2018 para 24% em 2020.
Já a distribuição do consumo de mídia dentro dos carros tem variado ano após ano. O rádio foi de 57% do share em 2017 para 50% em 2020. Formatos como músicas de propriedade do consumidor (MP3, por exemplo), áudio online e podcasts avançaram neste mesmo período. No caso do rádio, houve uma desaceleração dessa tendência, que foi mais forte entre 2018 e 2019.
Segundo o último dado da Nielsen, no geral, o rádio conta com um alcance semanal de 92% nos Estados Unidos, liderando entre todas as plataformas.
Uso de mídia atrelada a dispositivos digitais nos carros
Outro detalhe importante é a presença de sistemas interativos e conectados nos carros dos Estados Unidos, estes que avançaram de 6% em 2013, para 12% em 2017 e agora estão em 18% dos automóveis. O Apple CarPlay, que é o sistema ligado ao iPhone, foi de 2% em 2017, para 8% em 2019 e agora está em 9%. Já o Android Auto foi de 2% em 2017, para 6% em 2019 e agora recuou para 5%.
E o uso de mídia, ligada ao celular da pessoa (inclui Apple CarPlay, Android Auto e principalmente o Bluetooth), que pode ser também streaming de rádios ao vivo, foi de 19% em 2013, para 38% em 2017, 41% em 2019 e agora está em 45% nos veículos.
O rádio em casa e as smart speakers (caixas de som com inteligência artificial)
No começo de março, uma prévia do The Infinite Dial 2020 foi divulgada pela imprensa norte-americana, alertando para uma diminuição da presença de aparelhos de rádio FM/AM nas residências dos Estados Unidos, mas também apontou uma migração dessa audiência para dispositivos digitais, que são utilizados para consumir conteúdos gerados pelas emissoras de rádios.
Ou seja, há uma mudança do dispositivo utilizado, mas não necessariamente do conteúdo consumido, conforme já apontaram pesquisas anteriores.
Isso fica mais claro na distribuição dos dispositivos nas residências. Exemplo: em apenas dois anos, o número de donos de receptores de rádio FM/AM, mas que não possuem uma smart speaker, caiu de 58% (2018) para 49% (2020). Já aqueles que possuem um rádio e uma caixa de som inteligente foi de 13% para 19% no mesmo período. E quem possui apenas a smart speaker foi de 5% em 2018 para 8% em 2020.
Ainda sobre o número de rádios em residências nos Estados Unidos, o alcance do veículo varia conforme a faixa etária da população. Entre aqueles que possuem 35 anos ou mais, a presença do receptor nas residências é de 77%, contra 48% para a faixa de idade entre 18 e 34 anos. No geral, 68% das residências norte-americanas contam com pelo menos um receptor de rádio.
Agora a variação entre a parcela que não possui um rádio em casa e também não conta com uma smart speaker (32%) é pouco alterada em relação às casas que contam com uma caixa de som inteligente, mas não possuem um aparelho de rádio (31%).
A pesquisa ainda mostra que 27% da população com 12 anos ou mais possuem pelo menos uma smart speaker, sendo uma estimativa de 76 milhões de pessoas. Para se ter uma ideia, eram 7% em 2017. E entre os modelos, a Amazon Alexa corresponde por 21% do mercado, contra 11% do Google Home e 1% da Apple HomePod.
Audio Online e smartphones
O consumo de áudio online (inclui rádio via streaming, serviços de streaming de músicas e podcasts) tem disparado nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, lá em 2000, ele representava apenas 5% de alcance na população as partir dos 12 anos nos Estados Unidos. Em 2010 já representava 27%. Em 2015 esse volume foi para 53% e agora, em 2020, está em 68% (uma estimativa de 192 milhões de pessoas com 12 anos ou mais).
Faixas de idade entre 12 e 34 anos são aqueles que mais são alcançados pela população, onde 86% utilizaram esse formato de áudio no último mês em 2020. Já entre 35 e 54 anos, o áudio online foi utilizado por 76% desse público e 42% entre aqueles com 55 anos ou mais.
E os smartphones também crescem: 85% da população norte-americana (12 anos ou mais) são proprietários de pelo menos um smartphone, o que representa 240 milhões de pessoas (segundo estimativa do estudo). Para efeitos comparativos, esse valor estava em 71% em 2015.
Uso de assistentes de voz
O uso do assistente de voz tem se difundido nos Estados Unidos. Segundo o The Infinite Dial 2020, 62% da população com 12 anos ou mais faz uso desse recurso nos mais diferentes dispositivos.
Quando separado por dispositivo, o maior uso dos assistentes está no celular, com 48% da população utilizando o recurso. Computadores e laptops aparecem na sequência, com 31%. Já as smart speakers correspondem por 26% do total do uso dos assistentes, seguidas pelos tablets (20%) e outros dispositivos não listados (8%).
Fonte: Tudorádio