A Edison Research está comemorando 10 anos do levantamento Share of Ear, que se tornou um termômetro do consumo de áudio nos Estados Unidos, com edições especiais em outros países. Para marcar a data, a empresa de pesquisa divulgou uma comparação entre o cenário de consumo de áudio em 2014, data de lançamento do Share of Ear, e o panorama atual de 2024. Em ambos os cenários, o rádio FM/AM é o líder isolado em consumo entre todas as plataformas de áudio, mas o cenário ficou ainda mais fragmentado com o avanço das plataformas digitais.
Nesse intervalo de 10 anos, o rádio teve sua liderança diminuída, já que a oferta de áudio, principalmente digital, avançou como opção e também em concentração de tempo consumido pelos ouvintes. A liderança do rádio passou de 51% do total de consumo de áudio nos EUA em 2014 para 36% em 2024. De acordo com análises especializadas, o cenário não deve ser encarado com pessimismo pelo setor, já que o volume de consumo de áudio também aumentou. Ou seja, as pessoas estão mais interessadas no formato em 2024 do que estavam em 2014.
A favor do rádio está também o tempo destinado ao veículo: recentemente, o tudoradio.com repercutiu outro dado do Share of Ear, onde o alcance diário do rádio AM/FM (63%) é mais que o dobro do alcance do áudio digital (31%), que inclui podcasts e serviços de streaming como Spotify e Pandora. O tempo médio de uso do rádio AM/FM é de 40,9 minutos por hora típica, chegando a 51,5 minutos no carro, representando 68% e 86% da participação, respectivamente. O resto fica com o digital.
Chama a atenção o recuo de alguns formatos de áudio que antes detinham parcelas mais significativas em 2014, como a música própria (CDs, downloads de arquivos MP3, etc.), que foi de 18% para 6% em uma década. Outro que diminuiu foi a parcela de canais de música em televisão, de 5% para 2%. Resiliente, o Sirius XM, que é o serviço de assinatura de canais de áudio/rádio via satélite, avançou de 7% para 8%, ou seja, avançou mesmo com a maior fragmentação do consumo.
Serviços de música como Spotify, Pandora, Apple Music, Amazon Music, entre outros, avançaram de 11% em 2014 para 20% em 2024. Trata-se de um avanço expressivo, mas não se tornaram hegemônicos e, segundo analistas, não foram os principais “vencedores” nesses últimos 10 anos. Talvez o maior destaque fique com o YouTube, que, assim como no Brasil, é muito utilizado para áudio/música, avançando de 5% em 2014 para 14% em 2024. Em resumo, o serviço do Google detém sozinho a terceira maior parcela de consumo de áudio nos EUA. E detalhe: essa parcela não considera o serviço YouTube Music.
Os podcasts avançaram, pulando para a quinta maior parcela de consumo de áudio nos EUA, indo de apenas 2% em 2014 para 10% hoje. E os audiobooks, que nem apareciam com alguma relevância no ano do lançamento do Share of Ear, hoje detêm 3% do total de consumo de áudio nos EUA.
De acordo com a imprensa especializada no setor, na semana passada, assinantes do Share of Ear participaram de um webinar que ofereceu uma análise detalhada de uma década de mudanças de áudio nos EUA, com foco em dados demográficos. O Share of Ear é utilizado por empresas de mídia, emissoras, podcasters, agências de publicidade, escritórios de advocacia e outros.
Os resultados foram apresentados por Laura Ivey, Diretora de Pesquisa da Edison Research. “Há uma década, o Share of Ear foi criado para responder à pergunta: ‘O que os americanos ouvem?’ Hoje, podemos entender os padrões de escuta dos americanos e ver como as fontes de áudio surgiram para disputar nosso tempo de escuta diário”, disse Ivey. “Certamente, haverá desenvolvimentos de áudio que nem podemos imaginar, que impactarão nosso tempo de áudio diário nos próximos dez anos.”, completou a executiva.
Fonte: Tudo Rádio.