O setor de rádio, assim como outros segmentos econômicos e da sociedade, acompanhou nesta quarta-feira (18) a reunião do Tribunal de Contas da União (TCU) que teve o processo do edital do leilão do 5G na pauta. O processo está atrasado no Brasil, sendo adiado desde 2019 por diferentes motivos. A obrigação de viabilizar uma rede privativa de comunicação para o governo federal é um dos entraves ao processo. O 5G deverá impulsionar todo consumo de serviços digitais, passando por aí o interesse do meio rádio, que já experimenta um crescimento de sua atuação on-line. Mesmo com pedido de vistas do ministro do TCU, Aroldo Cedraz, o processo não será novamente adiado, após manobra inédita na corte.
A votação dos ministros encaminhou para a aprovação prévia do acórdão do relator Raimundo Carreiro, que libera o leilão do 5G com alterações significativas nas regras propostas pela Anatel. Apesar do pedido de vistas no início da tarde de ontem (18), a votação foi retomada com a intervenção de Jorge Oliveira. O ministro, que é ex-secretário-geral de Bolsonaro, acabou conseguindo reduzir o prazo de vistas de 60 dias para apenas uma semana, o que mantém o cronograma do 5G previsto pelo governo. Com isso, Cedraz aparece como único divergente, já que os demais ministros votaram de forma favorável para a aprovação.
A área técnica do TCU havia recomendado a não aprovação, devido às exigências do documento, como construção de rede privativa para o governo federal. Também há um receio do setor quanto ao custo de implantação devido a esses pontos, o que poderia impactar no preço final do serviço para a população.
Outra discussão é sobre como as operadoras irão comprar ou contratar para habilitar o sinal 5G. A previsão de Fabio Faria, ministro das Comunicações, é de que as capitais contem com o 5G em um ano, mas o processo descrito é de longo prazo, com etapas até 2029. A aprovação prévia do TCU ocorrida ontem (18) deverá manter as datas previstas.
O 5G é fundamental para a chamada “economia 4.0”, revolução tecnológica que poderá acelerar novos hábitos de consumo de mídia em todo o planeta. O rádio, que já experimenta um avanço de seu alcance digital através de várias iniciativas on-line, impulsionadas pela maior oferta de conexão por parte de ouvintes e também de dispositivos disponíveis (como smartphones e smart speakers), é um grande interessado nesse processo.
Como empresas, o rádio também pode experimentar benefícios operacionais através do avanço da conectividade e novas formas de ganhos, como o crescimento do mercado programático através do áudio digital e o fortalecimento de iniciativas como o rádio híbrido, que combina os pontos fortes da operação via dial (FM/AM) com streaming (e outros dados oferecidos pelas estações).
Com informações do Tele Síntese e do TechTudo
Fonte: Tudorádio