Ao longo dos 70 anos no Brasil, a televisão passou por diversas transformações, lançando tendências, apresentando inovações e mantendo-se como o melhor meio mais expressivo para os investimentos publicitários e para a construção de marca. Apesar disso, a cada nova tecnologia, surge o fantasma do a “TV vai morrer”, “vai perder espaço”.
E a verdade é que a TV está mais viva do que nunca, passando por um momento de disrupção. Faça um exercício: enquanto você lê esse artigo, pense no assunto mais comentado desta semana. Provavelmente, o tópico que pensou foi transmitido/exibido na TV e repercutido nas demais redes, ganhando assim cada vez mais buzz. E, não necessariamente, esse conteúdo foi consumido na TV linear.
Isso para dizer que a TV tem um futuro muito próspero, a partir do que conseguimos enxergar como perspectivas dos próximos 5 a 10 anos. Hoje, nos familiarizamos cada dia mais com as plataformas de OTT e o crescimento do mercado de streaming. Um estudo realizado pela Emarketer trabalha, por exemplo, com uma projeção de crescimento de 149% em anúncios OTT até 2024 nos Estados Unidos. Naquele país, mais de 50% dos lares já contam com, pelo menos, 1 aparelho conectado. Hoje, os OTTs estariam presentes em 39% dos lares com TV no Brasil segundo informações apresentadas pela Amdocs, que realizou um estudo global sobre o mercado de TV este ano.
Ao longo desse processo de evolução, conviveremos ainda com diversos outros formatos de negócios que buscam abrir novas fronteiras. O que está no nosso horizonte, por exemplo, são as TVs que surgem no online, oferecendo uma programação linear e com 24 horas. Esse é um modelo já com presença expressiva nos Estados Unidos e que, no Brasil, tem como um dos maiores exemplos a Panflix, da Jovem Pan. E mesmo as TVs abertas avançam em suas TVs online com aplicativos. Afinal, as pessoas continuarão sempre indo atrás de seus conteúdos preferidos, embora buscando sempre a maneira mais prática de vê-los.
Outro forte concorrente quando pensamos em modelos por onde a TV pode avançar é já um caso de sucesso da China: o live streaming sales. Essa iniciativa conta com influenciadores e formadores de opinião fazendo análise e demonstração de produtos e serviços, que podem ser adquiridos de imediato e a um clique por milhões de telespectadores.
Para nós, que acompanhamos o dia a dia do mercado de mídia, essas inovações nos levam a novas questões. Como saímos do break comercial para o online sem inserções indevidas em momentos-chave do conteúdo? Quais as possíveis análises e mensurações de resultados, uma vez que as plataformas já oferecem os números da audiência, mas assim como no off-line não há dados de conversão?
O futuro da TV passa também pela nossa reinvenção na forma de pensar e desenvolver estratégias de comunicação para esse meio, que é cada vez mais online. Essa integração nos ajudará a construir não só os 5 ou 10 anos, mas os próximos 70. Quanta história teremos para contar, não?
Fonte: Meio&Mensagem