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O primeiro painel do “Dia do Rádio” no SET Expo 2016 foi relacionado à migração AM-FM, considerado o principal assunto da radiodifusão na atualidade. André Cintra, engenheiro da ABERT que realizou os estudos de canalização para acomodar as migrantes AM na faixa FM, afirmou que várias regiões do Centro-Sul do Brasil terão a possibilidade de acomodar mais rádios na chamada “faixa convencional” (88.1 FM a 107.9 FM). Porém, para isso, será necessário que as migrantes aceitem reduções de classe e potência em relação à tabela de conversão do decreto da migração AM-FM (assinado em 7 de novembro de 2013).
São várias localidades de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina com migrantes AM-FM que podem ir para a faixa convencional após a migração. Porém é necessário que todas as migrantes da localidade aceitem uma redução de potência. Pelo decreto da migração AM-FM, existe uma tabela de conversão de classes entre AM e FM (clique aqui) e algumas emissoras tem direito a classes mais elevadas, porém esse fato impossibilita que a estação consiga um canal em FM entre 88.1 FM e 107.9 FM, devido a grande concentração de canais nesses estados. Para não precisar ir para a faixa estendida (76 a 87 MHz), a migrante pode pedir redução de potência para ser acomodado na faixa convencional.
Há um porém na redução de potência: todas as migrantes AM-FM de uma determinada localidade precisam aceitar a redução de potência para poder migrar para a faixa FM convencional. Se uma das estações migrantes não aceitar a redução, ninguém da localidade será realocado em FM convencional.
Cintra alertou também que as emissoras que reduzirem a potência/classe para ocupar um canal na faixa FM convencional, dificilmente terão a possibilidade de obter um aumento de potência ou promoção de classe no futuro. As entidades estão orientando os radiodifusores quanto a este processo de redução de classe para a migração AM-FM.
Transmissores
José Mauro Ávila, engenheiro do comitê técnico da AESP, fez apresentações de equipamentos relacionados à transmissão em FM, com foco para a migração AM-FM. Ávila informou a oferta de transmissores em FM que já atendem a faixa estendida (76 a 87 MHz), como a brasileira Sinteck Next (participante do teste realizado através da Jovem Pan AM 620 em 84.7 FM na Grande São Paulo, entre 2014 e 2015).
Recepção em FMe
O mercado de receptores está se adaptando à captação do FMe (FM estendido). Segundo Cauê Franzon (RBS), o setor automotivo está evoluindo na oferta de rádios com FMe, com veículos que já possuem sistemas multimídia que dispõe da faixa estendida. Os celulares com receptores FM também são facilitadores, já que os aparelhos (principalmente da linha Android) já dispõe dessa capacidade de captar frequências em FMe. Segundo Franzon, a maior dificuldade está no grande número de receptores que não se adaptaram ao processo e os receptores localizados nas casas dos ouvintes (de maior dificuldade ou incapacidade de atualização desses equipamentos)
O painel “Reflexos da Migração OM X FM” teve Eduardo Cappia (EMC/AESP/SET) como moderador. José Mauro Ávila (Mega Sistema de Comunicação / AESP), André Cintra (Abert), Cauê Franzon (Grupo RBS) e Claudio Lorini (LoriService) foram os palestrantes.