Gilberto Kassab participou, em Florianópolis, do primeiro mutirão itinerante, que marcou a mudança para 20 emissoras de Santa Catarina. Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os próximos estados a receber o mutirão do MCTIC.
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) iniciou nesta sexta-feira (17), em Florianópolis (SC), uma série de mutirões itinerantes pelos estados para acelerar a migração das rádios AM para FM. Segundo o ministro Gilberto Kassab, o objetivo é “concluir o processo o mais rápido possível”. Ele participou de ato ao lado do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, em que 20 emissoras de diversos municípios assinaram o termo aditivo de adaptação das outorgas, documento que autoriza a mudança de faixa.
“Concluir esse processo é a nossa disposição e a razão desse mutirão, porque, se não enfrentarmos essas questões de maneira massificada, com o peso político de um governador e de deputados federais e estaduais, as coisas tendem a ficar lentas. E a gente quer deixar esse legado”, disse Kassab. “Tivemos, em um primeiro momento, em novembro, com o presidente da República, no Palácio do Planalto, a migração daquelas rádios que já estavam prontas para assinar há meses e não assinavam. Já as emissoras que estavam em tramitação, mas ainda não concluídas, ficaram para essa fase regional.”
De acordo com o ministro, ao assumir o MCTIC, em maio, a Secretaria de Radiodifusão acumulava 85 mil processos sem solução. “Desse total, nós já conseguimos a liberação de aproximadamente 25 mil, em poucos meses de trabalho”, informou. “Apenas nessa questão da migração de faixa, foram quase mil aprovações.”
A secretária de Radiodifusão, Vanda Nogueira, recordou que 20 rádios catarinenses estavam entre as 244 que efetivaram a mudança para FM na primeira rodada nacional, celebrada em 7 de novembro. “Agora, estamos fazendo a migração itinerante e iremos aos estados para acelerar o processo in loco”, destacou, ao informar que os próximos mutirões estão previstos para Minas Gerais e Rio Grande do Sul, onde também há grande número de emissoras.
Recentemente, 100 rádios de Santa Catarina solicitaram a adaptação – 40 delas já foram contempladas e outras 60 foram destinadas ao dial estendido, a ser liberado após o desligamento da TV analógica.
Vocação regional
Na solenidade, o governador Raimundo Colombo enfatizou o caráter comunitário do meio de comunicação. “O rádio tem forte credibilidade e história em Santa Catarina, diante de nossa boa distribuição demográfica, com respeito às nossas culturas e aos nossos valores”, avaliou. “É o rádio que une e reúne toda a nossa comunidade para reverenciar essa forma de vida. Então, é um veículo muito humano, que expressa toda a emoção e traz toda essa tradição, todos os dias.”
Na visão do governador, a migração de faixa ajuda as rádios a superar desafios técnicos históricos. “Mudando para FM, nós temos de volta um alcance muito maior, uma qualidade muito melhor e um custo operacional mais baixo, seja de energia elétrica, seja de mão de obra”, apontou. “Há um ganho extraordinário, e isso faz com que a gente fortaleça esse vínculo com a sociedade, pela competência, pelo avanço e pelos resultados que o rádio pode dar.”
Para o presidente da Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), Marcelo Petrelli, o mercado estadual alimenta uma concorrência saudável, na qual as empresas “sabem lutar juntas por um objetivo comum”, como a mudança de faixa. “E é isso que vai injetar um otimismo em nossos radiodifusores no momento em que a economia do Brasil e do estado mais precisa. Não temos dúvidas de que a migração para FM nos dá confiança para investir. Só com um ambiente econômico sustentável aos meios de comunicação podemos manter a liberdade que é necessária para o exercício da imprensa – liberdade que, aliás, se mostrou mais do que nunca necessária para a manutenção e o amadurecimento da nossa democracia.”
Petrelli ressaltou características que diferem Santa Catarina de outros estados. “Na nossa radiodifusão, não predomina apenas uma grande rede de comunicação, mas, sim, muitas emissoras, que são pequenas, médias e grandes empresas, geridas por seus proprietários, que geram empregos e movimentam o mercado, respeitando sotaques e realidades locais e incentivando, com suas pautas positivas, relacionamentos que contribuem com o crescimento econômico regional.”
Fonte: MCTIC.