O Brasil inicia a primeira quinzena de abril com 1.060 emissoras originárias da faixa AM que já estão ativas na faixa FM. A informação é baseada nos dados do levantamento realizado pelo tudoradio.com, que mapeia as emissoras migrantes AM-FM já em operação. Para se ter uma ideia da evolução do processo em 2024, o país contava com 1.030 estações nessas condições na última semana de 2023, e a marca de 1 mil foi alcançada em outubro passado. Ou seja, o ritmo médio é de 30 novas migrantes AM-FM ativas no FM a cada três meses. Vale destacar que o levantamento feito pelo portal só registra as estações originadas na faixa AM cujas áreas de cobertura em FM são conhecidas.
A migrante AM-FM mais recente no levantamento realizado pelo tudoradio.com é a Rádio Timbira FM 95.5 de São Luís, capital do Maranhão. Ela foi percebida ativa neste sábado (6) e tem sua estreia oficial em FM marcada para esta terça-feira (9). A emissora é uma das rádios mais tradicionais da faixa AM na região Nordeste do país, sendo um veículo de comunicação público, ligado ao governo do estado maranhense. Originalmente, a estação operava em AM 1290.
Também chama atenção o tamanho da migração AM-FM no território paulista. De acordo com o levantamento, o estado de São Paulo conta com 158 emissoras que se encaixam nessa classificação de rádios originadas no AM que já estão ativas no dial FM. E por lá o ritmo acelerou nos últimos meses, seja no surgimento de novas migrantes, seja na consolidação de alguns projetos. Foi destaque recente o desempenho de audiência da Classic Pan FM 76.7 em São Paulo e também o surgimento iminente da Rádio Record FM 77.1, originada da tradicional AM 1000.
São Paulo também está chamando atenção pela movimentação de acordos que estão realocando algumas emissoras migrantes AM-FM que já estavam no eFM (FM estendido, 76.1 FM a 87.3 FM) para o FM convencional (88.1 FM a 107.9 FM). Isso foi percebido, por exemplo, na Grande São Paulo através da Apollo FM 98.1 de Santa Isabel (que no momento está inativa e antes operava em 83.1 FM) e no processo das emissoras migrantes AM-FM de Ribeirão Preto.
Voltando ao número de migrantes AM-FM ativas no dial, o Rio Grande do Sul está a uma rádio de atingir a marca centenária de emissoras nessa condição, de AMs ativas em FM. Assim que ocorrer a próxima migração AM-FM em território gaúcho, o estado se junta a São Paulo (158), Paraná (136) e Minas Gerais (117). Estados como Santa Catarina (96), Ceará (51), Bahia (50), Mato Grosso (46), Mato Grosso do Sul (42), e Goiás (40) também contam com números relevantes. Consulte a lista completa [aqui] ou acesse https://tudoradio.com/migracaoamfm.
O processo de migração AM-FM deve se intensificar nos próximos meses. Ontem (8) o tudoradio.com noticiou mais uma leva de termos aditivos de várias estações, ou seja, movimentação essa que vai encaminhando novas autorizações no FM para as emissoras vindas da faixa AM.
Entre a assinatura do decreto 8.139, em 2013, pela então presidente Dilma Rousseff, no dia 7 de novembro de 2013 (Dia do Radialista), até a autorização da primeira migrante AM-FM ir ao ar em FM, transcorreram mais de dois anos. Este processo culminou em 18 de março de 2016 com a Rádio Progresso FM de Juazeiro do Norte (anteriormente em AM 1310, migrou para FM 97.9, e atualmente opera em FM 105.1).
O eFM, conhecido como FM estendido, que abriu a faixa de FM entre 76.1 FM e 87.3 FM, surgiu como solução para acomodar as migrantes AM-FM em regiões onde a ocupação do FM convencional (88.1 FM a 107.9 FM) estava saturada. Muitas estações que planejavam migrar para o eFM encontraram espaço na faixa convencional após acordos de redução de potência, acelerando o processo em alguns casos e retardando em outros.
Em 2014, a indústria de rádio realizou o primeiro teste em FM estendido, com a transmissão da então Jovem Pan AM 620 em São Paulo, operando por um ano em 84.7 FM. Apesar de não terem sido identificadas interferências nos canais 5 e 6 de TV analógica, o FM estendido só começou a ser usado em 7 de maio de 2021, após a digitalização da TV. Naquele momento, 9 estações eFM foram ativadas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Brasília, incluindo migrantes AM-FM e novas FMs públicas da EBC. A exigência da presença em eFM para receptores produzidos no Brasil foi estabelecida em 2017.
Fonte: Tudo Rádio.