Desde as transmissões pelas ondas eletromag- néticas no auge do rádio nos anos 1940 até o aces- so de qualquer lugar do planeta pelas plataformas de rádio web, a Rádio Guarujá acompanhou toda a revolução do rádio e se mantém ativa há 78 anos, completados hoje. Rádio pioneira de Florianó- polis, foi a primeira criada na Capital e terceira em Santa Catarina, com início de suas atividades de jornalismo esportivo, debate político e pro- gramação eclética, no dia 14 de maio de 1943, na frequência 1420 AM, a mesma dos dias atuais.
O radialista Edson Cursio, com uma consolidada carreira de 40 anos no rádio, é um dos veteranos da Rádio Guarujá. Entre idas e vindas, sua história se mescla à rádio há pelo menos 30 anos, passando
pelas mais variadas funções, desde operador de som, operador de gravação, participante de programas até chegar ao cargo de locutor com programa próprio.
“Minha história se confunde com a história da Rádio Guarujá. A rádio faz parte da cidade, é
uma rádio maravilhosa, que eu sempre me iden- tifiquei e que representa muita coisa na minha vida. Todos os dias trabalho com vontade, com garra, com prazer, como se fosse o primeiro dia daquele menino de 18 anos”, relatou Cursio.
Dentre os fatos mais marcantes ou históri- cos que Cursio se lembra, ele destaca o orgulho que a Rádio Guarujá tem de nunca ter deixado de transmitir uma partida sequer entre Avaí e Figueirense, durante quase oito décadas.
Mas antes de ser oficialmente uma rádio, a Gua- rujá era uma divulgadora de anúncios e ofereci- mentos musicais. Três anos após a sua fundação, a rádio foi comprada por Aderbal Ramos da Silva, que em 1947 seria eleito governador de Santa Catari- na. Até os dias atuais, a emissora está com a família Hoepcke, sobrenome da mulher do ex-governador.
TRADIÇÃO MANTIDA PELA FAMÍLIA
Atualmente, a Rádio Guarujá é dirigida por Fabio Comelli, neto de Aderbal Ramos da Silva, e manten- do a missão de cumprir o papel social do radiojor- nalismo de maneira séria, responsável e idônea.
“É um sentimento de um certo peso pela respon- sabilidade, mas também é um sentimento gostoso de cumprir um papel importante para a comunidade,
para a grande Florianópolis e para Santa Catarina. Me sinto muito feliz pelo carinho e o carisma que a Rádio Guarujá tem, por toda a sua trajetória, sua história, por ver tanta gente falando e participando dessa his- tória. É bonito de se ouvir, de sentir, é um momento de celebração e agradecimento”, expressou Comelli.
O diretor-geral defende que a rádio resiste firme e forte ao tempo, mesmo diante de vários ques- tionamentos sobre o futuro do rádio como um todo, em virtude de sua força como instrumento de socialização, prestação de serviços e forma- ção de opinião com informações de qualidade.
Legado de décadas
Grandes comunicadores ca- tarinenses passaram pelos mi- crofones da Rádio Guarujá e fizeram parte de uma rica história, conforme ressalta o presidente
da Acaert (Associação Catari- nense de Emissoras de Rádio e Televisão), Silvano Silva.
“A Rádio Guarujá chega aos 78 anos com uma rica história, onde passaram dezenas de profissio- nais que construťram o legado de uma das mais antigas emisso- ras do Estado, que participou de várias épocas, desde o tempo do auditório, passando pelo fute- bol que sempre foi o carro-chefe na programação e competentes equipes no jornalismo”, destacou.
Em 2008, a superintendente da Rádio Guarujá, Sťlvia Hoepcke da Silva, filha de Aderbal Ra- mos da Silva, recebeu a honra- ria de comendadora outorgada pela Acaert por sua expressiva contribuição para a radiodi- fusão de Santa Catarina.
Ela é atualmente a superin- tendente da emissora. Apesar da idade avançada, ela esteve nos estúdios da rádio para conceder uma entrevista especial aos ou- vintes. “Como dizia meu pai, dono de rádio não fala na própria rádio. Sempre gostei muito da rádio, era fanática, depois vamos deixando um pouco pela falta de tempo. Mas sempre estive presente na Rádio Guarujá, que é nossa”, disse.
Fonte: Nd Notícias do Dia – Por: Mylena Petrucelli