O Fórum Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD) vai recomendar ao governo a adoção do padrão tecnológico ATSC 3.0 para a futura TV 3.0 brasileira. O padrão foi desenvolvido nos EUA e é utilizado também na Coreia do Sul.
A decisão foi tomada na manhã desta segunda-feira, 22, pelo Conselho Deliberativo da entidade, foi unânime, e diz respeito à chamada “camada física” da TV 3.0, que é responsável pela transmissão e recepção dos sinais. O SBTVD realizou os estudos e testes de campo com diferentes tecnologias.
Outros elementos do conjunto de padrões ATSC 3.0 já tinham sido recomendados pelo SBTVD para o sistema TV 3.0 do Brasil, incluindo transporte ROUTE/DASH, áudio MPEG-H, legendagem IMSC1 e mensagens de emergência avançadas (Advanced Emergency Messaging).
Próximos passos
A decisão do SBTVD será enviada ao MCOM, que fará avaliação própria das conclusões e propor, até o final do ano, minuta de decreto para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A escolha da tecnologia adotada pelo Brasil, ao final das contas, será da Presidência da República. A meta do governo é editar o decreto para a nova geração de TV do país em 2025.
Segundo o MCOM, a TV 3.0 não terá mais canais. A navegação será feita apenas por aplicativos. Assim, os canais poderão oferecer, além do que já é transmitido ao vivo por sinal aberto, conteúdos adicionais sob demanda, como séries, jogos, programas e muitas outras possibilidades. A qualidade da imagem deve, no mínimo, quadruplicar. O padrão atual, que é a TV Digital com Full HD, passará a ser transmitido pelo ar em até 4k, ou até 8k caso seja assistido pela internet. O contraste também vai ser aprimorado, por meio de tecnologias de HDR (High Dynamic Range).
Sem retrocompatibilidade
Seja qual for, o padrão da TV 3.0 não será compatível com a atual TV Digital. Portanto, o brasileiro devera adquirir novos televisores ou conversores para captar os sinais. O MCOM afirma, no entanto, que haverá uma migração gradativa para a tecnologia – algo que o decreto também deverá pontuar. Possivelmente, a implantação começará pelas grandes cidades, a exemplo da migração da TV analógica para o padrão digital.
Além do ATSC 3.0, o SBTVD avaliou também os padrões ISDB-T (japonês) e 5G Broadcast (também americano). No governo, há quem considere que este último pode ser adotado apenas para padronizar conexões de TV em celulares.
Fonte: Tele.Síntese