O FM será utilizado como estratégia de vendas para uma gigante do ramo de smartphones nos Estados Unidos. Segundo o portal Meio Bit, a LG vai promover o “recurso do FM” como o principal atrativo para impulsionar as vendas de seus celulares no mercado que hoje é amplamente dominado pela Apple (iPhone) e Samsung. E a ideia não é um chute no escuro: pesquisas apontam o bom momento vivido pelo FM nos Estados Unidos, plataforma que é líder de alcance mensal em território norte-americano.
A companhia sul-coreana fechou uma parceria com o app NextRadio, plataforma que alterna entre recepção de rádio em FM ou o uso do streaming (quando o sinal via FM é fraco ou inexistente). E o esforço em propagar o “recurso do FM” não fica restrito à ferramenta, já que a LG bate na tecla das facilidades oferecidas pela recepção de FM nos smartphones: segundo a empresa, o rádio consome 3 vezes menos bateria e 20 vezes menos dados que o streaming, ainda que a qualidade do áudio seja inferior em alguns casos e não seja possível montar sua playlist.
A reportagem do Meio Bit também lembra que a grande maioria dos smartphones contam com chips para recepção de sinal em FM, mas o serviço está bloqueado pelas fabricantes de celulares (como Apple no iPhone e a Samsung em alguns modelos) e também não é liberado pelas operadoras de telefonias (elas possuem essa capacidade, mas não há interesse, já que o serviço de FM não gera receita para as empresas, como o consumo de dados).
A ideia da LG em priorizar o FM não é isolada. Recentemente a Motorola anunciou o lançamento de novas linhas de smartphones, estes tendo o FM como atrativo. E, no ano passado, a Samsung chegou a liberar o uso do FM a partir do Galaxy S7, isso para usuários de uma determinada operadora norte-americana.
O avanço do FM em celulares em todo o planeta é visível desde 2016, quando pesquisas apontaram o crescimento na liberação dos “chips em FM” de diferentes fabricantes/modelos. A movimentação é uma resposta à demanda de uso do FM nos Estados Unidos, mídia que está na liderança de alcance (atingindo 93% da população). Em resumo: o FM continua popular nos Estados Unidos e as fabricantes de celulares tem percebido essa demanda como uma possibilidade comercial para as suas atividades.
No caso do Brasil, a maioria dos smartphones comercializados por aqui contam com FM liberado (modelos que contam com o Android como plataforma predominante). A movimentação pró-FM em países de melhor estrutura tecnológica (caso dos Estados Unidos), pode fazer com que a situação brasileira no consumo de FM via celular não sinta mudanças significativas para o público, mantendo em alta o alcance da plataforma (que hoje é de 89% segundo o Kantar Ibope Media).
No Brasil a estimativa é de que 78% dos celulares contam com FM integrado.
Campanhas no Brasil
Entidades do setor de radiodifusão contam com campanhas na mídia para promover o uso de rádio FM em celulares, destacando as vantagens de ter a tecnologia liberada nos aparelhos. A AERP disponibiliza uma série de materiais para serem utilizados pelas rádios nesse movimento, campanha chamada de “Radiophone”.
Com informações do portal MeioBit.com / Colaborações de Marcelo Cabrelli e Carlos Massaro.