Em evento sobre o tema, promovido pela CCS no Senado, nesta segunda-feira, o presidente da FENAERT, Guliver Leão, destacou casos recentes de violência contra profissionais e emissoras.
“A imprensa é apenas mensageira e presta um serviço à sociedade ao divulgar os acontecimentos, mas o que vemos atualmente é a imprensa sendo colocada como vilã e, muitas vezes, responsabilizada pelos fatos que noticia, além de ser alvo de violência”, afirmou o presidente da Federação Nacional das Empresas de Radio e TV (FENAERT), Guliver Leão, nesta segunda-feira, 07 de maio, durante seminário sobre violência contra profissionais de comunicação, promovido pelo Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, em encontro no Senado, em Brasília.
Na oportunidade Leão destacou casos de violência e cerceamento a profissionais do setor ao longo dos últimos três anos. Ele salientou ainda, episódios de invasões e atos de vandalismo contra veículos de comunicação. “Em boa parte dos casos as agressões se dão em manifestações e coberturas de fatos políticos. A incidência tem aumentado muito e por isso é preciso traçar e colocar em prática soluções e novos caminhos para preservar a segurança dos profissionais, consequentemente garantindo a liberdade de imprensa, elemento fundamental para a manutenção da democracia”, ressaltou Leão em sua fala.
Cerceamento gera distanciamento nas coberturas
Leão pontuou o fato de que as ameaças e agressões aos profissionais de comunicação, mais intensas nos últimos tempos, têm gerado um efeito de distanciamento nas coberturas jornalísticas. “Em muitos casos os jornalistas são impedidos de atos comuns, como se aproximar do local do fato, se restringindo a reportar a partir de helicópteros e terraços de edifícios. Isso dificulta o trabalho e é um ataque à democracia”, afirmou.
Durante o evento entidades representativas apresentaram levantamentos sobre os tipos de agressões sofridas pelos profissionais. Em 2017, foram registrados 82 casos de violência contra comunicadores no Brasil, conforme dados da Associação Brasileira das Empresas de Rádio e TV (Abert). As agressões físicas representam 42,68% dos casos.
Ao final da discussão, o presidente do Conselho, Murillo Aragão, ressaltou a necessidade de reflexão sobre iniciativas que colaborem para a mudança deste cenário. “É preciso trabalhar na educação e estimular a mudança de comportamento da sociedade. Passar do campo da análise para a proposição, através de campanhas de conscientização e outros meios”, finalizou.
Também participaram do encontro o presidente da ABERT, Paulo Tonet Camargo, o coordenador de comunicação da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), Paulo Pimenta, a diretora de redação do jornal Correio Braziliense, Ana Debeux, o secretário jurídico da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Rádio e Televisão (FITERT), Josemar Pinheiro, a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Maria José, e o coordenador de Comunicação e Informação da Representação da UNESCO no Brasil, Adauto Soares.
Fonte: FENAERT