A operadora satelital Eutelsat diz que sempre foi a favor da migração da banda C para a banda Ku. Agora, com a determinação no edital do Leilão do 5G, caso as condições permaneçam após a análise do Tribunal de Contas da União, a companhia procura se mostrar pronta para esse cenário, incluindo pela oferta de satélite que será escolhido para receber as emissoras migrantes.
A companhia já está executando testes com o Eutelsat 65 West A (justamente, como o nome diz, posicionado em 65º Oeste) em parceria com a Speedcast, conforme antecipado por TELETIME. Antes disso, a operadora já havia apresentado relatório na Anatel, para o Comitê de Espectro e Órbita da agência, apontando as vantagens desse sistema em vez da mitigação, conforme era proposto pelas teles anteriormente.
Nesses testes, que foram anunciados em junho do ano passado, a operadora já migrou oito canais de TV: Band, Record, SBT, Rede TV, Rede Viva, Canal Rural, TV Cultura e TV Aparecida.
Assim, a Eutelsat está se preparando para a migração com uma plataforma própria, oferecendo a emissoras a possibilidade de se antecipar e já realocarem os canais. “Hoje, se o satélite 65 WA for escolhido, já estamos prontos para a migração, dupla iluminação e suporte já estamos trabalhando com isso há mais de um ano com testes de laboratório e fornecedores, já com decisões tomadas”, declara o general manager da empresa, Rodrigo Campos.
Campos argumenta que o satélite já cumpre todas as obrigações da Anatel, com cobertura em 100% no território, e com pelo menos 50% da capacidade para o mercado brasileiro. Porém, a escolha de qual (ou quais) satélite será utilizado deve ocorrer apenas depois da realização do leilão, quando a Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF) for formada, assim como o Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência (GAISPI).
Solução
Parte do argumento da Eutelsat é que o teste demonstra também como ocorre a iluminação dupla, com os canais sendo recebidos em banda C e retransmitidos em banda Ku. Nessa etapa, o próprio radiodifusor pode utilizar também a fibra para entregar o sinal até o teleporto, ou colocar o uplink e fazendo a transmissão com um novo uplink.
A companhia em si não será tão afetada pela migração da banda C, por isso a companhia oferece já desde o final do ano passado o serviço de “banda C planejada“, que utiliza a porção de 4,5-4,8 GHz da banda – ou seja, com 1 GHz de separação dos serviços 5G. “Hoje temos mais de 5 mil estações só na banda C planejada que não serão afetadas”, destaca o executivo.
Na visão de Campos, a estratégia da Anatel de começar com o 5G primeiro pelas capitais é favorável à migração e limpeza da faixa. Por outro lado, argumenta que vai também revitalizar o mercado das parabólicas por conta da nova tecnologia da banda Ku. “Com anteninha pequena de fácil instalação, custo acessível e qualidade para ter sinal digital, isso atrairá mais conteúdo e haverá mais canais querendo acessar a posição, já que terá mais gente interessada em assistir”, declara.
Fonte: Teletime