Em entrevista para a Rede AERP de Notícias, a especialista Fernanda Musardo explica como os radiodifusores devem buscar as mídias sociais como aliadas de seus negócios. Para ela, a presença do rádio nessas plataformas é obrigatória para ampliar o relacionamento com o ouvinte e gerar mais receitas.
“É preciso olhar as mídias sociais, se profissionalizar, buscar profissionais específicos para trabalhar com isso e canalizar ações comerciais coordenadas e como a programação será exposta nesses canais”, afirma.
Fernanda participa como palestrante dos Encontros Regionais 2018, promovidos pela AERP e pelo SERT-PR, mostrando aos profissionais do rádio como utilizar esses canais para conversar com sua audiência.
“A gente não tem mais que tirar foto posada, isso ficou em 2012. Se temos a possibilidade de ter uma pessoa bacana no estúdio, temos que buscar formas diferentes de mostrar, transformar isso em algo muito animado”, explica.
Confira mais dicas na entrevista completa:
As mídias sociais ainda não são muito familiares para quem trabalha no rádio. O que está faltando para que os radiodifusores explorem ainda mais essas plataformas?
Há uma resistência cultural pelo radiodifusor que ainda não enxerga ainda as mídias sociais como um ambiente para ampliar sua audiência. Infelizmente, algumas emissoras as vêem como concorrentes, o que não é verdade. As mídias sociais conseguem ampliar a audiência, estreitar o relacionamento com o ouvinte e permitem mais um ambiente de receita. O que o radiodifusor precisa ter em mente é que a sua emissora é uma empresa de comunicação e estar nas mídias sociais não é mais uma opção, é preciso utilizá-las. A diferença vai se dar em relação à estrutura que será colocada nessas mídias. Precisa ser feito da mesma forma profissional como é feito com o rádio. São ambientes de relacionamento com o ouvinte e ambientes para gerar receita. É preciso sair um pouco dessa amarração cultural que se tem e enxergar oportunidades de negócios.
A necessidade de profissionalismo e de saber qual a linguagem específica de cada rede vale para qualquer empresa?
Sim, principalmente para o rádio, que está acostumado a trabalhar com uma forma de linguagem e apenas com o áudio. Nas mídias sociais, é preciso explorar mais a parte visual e o impacto que vai gerar nos usuários, se atentar aos vídeos e às transmissões ao vivo. O meio de comunicação tradicional tem algumas resistências em relação a estas formas de utilização, principalmente do vídeo, querendo adotar o mesmo formato de uma TV, o que não irá funcionar. É preciso ter uma linguagem muito mais acessível ao usuário, muito mais descontraída, mais leve, com atualizações e conteúdos muito mais dinâmicos. Hoje, dos meios tradicionais que temos, o rádio é um dos mais flexíveis, onde conseguimos trabalhar melhor, mas ainda existem resistências. É preciso olhar as mídias sociais, se profissionalizar, buscar profissionais específicos para trabalhar com isso e canalizar ações comerciais coordenadas e como a programação será exposta nesses canais.
É preciso ter um planejamento antes de colocar as ações em prática?
Primeiro é preciso organizar a casa, ou seja, fazer um planejamento, identificar claramente os canais em que se poderá trabalhar de forma mais fluída, pesquisar muito bem o público-alvo para começar essas ações. Selecione alguns anunciantes que sejam mais parceiros e que se engajem mais com a emissora e promova ações diferentes nas mídias sociais para que consigam, realmente, romper essa resistência. Eles irão perceber que, tanto para o anunciante quanto para o ouvinte, ficou muito mais agradável não só a propaganda, como também a relação.
É possível delimitar o que interessa para cada público dentro de cada rede ou o formato de abordagem?
Hoje, já temos uma clareza muito grande sobre para que serve cada canal. Quando falamos, por exemplo, do Instagram, temos uma rede muito mais leve e dinâmica, com uma aderência de público feminino muito maior. Isso permite que se canalizem ações mais leves dentro dessa plataforma e conteúdos mais formatados, mais completos dentro do Facebook, assim como conteúdos mais dinâmicos, mais rápidos no Twitter. Se uma emissora de rádio, por exemplo, que atende os diferentes públicos, tem na sua programação o spot, ela conseguirá trabalhar muito bem esse elemento dentro do Twitter. Se ela tem uma programação mais voltada para o público feminino ou um programa de entrevistas, que possa ser melhor explorado visualmente, o Instagram vai dar uma melhor vazão. E para todo o conteúdo mais elaborado, mais completo, onde temos um fluxo maior de informação, vamos conseguir trabalhar melhor dentro do Facebook. Assim também como a instantaneidade. Aquilo que é extremamente importante naquele momento, vou conseguir trabalhar dentro do stories. A gente não tem mais que tirar foto posada, isso ficou em 2012. Se temos a possibilidade de ter uma pessoa bacana no estúdio, temos que buscar formas diferentes de mostrar, transformar isso em algo muito animado.
FONTE: AERP.