A confiança em notícias sofreu uma queda significativa em diversas nações, inclusive no Brasil, que registrou uma diminuição de 6 pontos percentuais, segundo o Relatório de Notícias Digitais do Instituto Reuters 2022. Esta queda ocorreu apesar de um aumento temporário durante os anos críticos da pandemia de Covid-19. O relatório pesquisou 93 mil consumidores em 46 mercados sobre diversos tópicos, incluindo a percepção da cobertura da guerra na Ucrânia, mudanças nos hábitos dos jovens consumidores e fontes de notícias sobre o clima.
Esse movimento de queda na confiança geral das notícias foi observado em quase metade dos mercados analisados, mantendo-se similar em alguns e aumentando em poucos. Na Finlândia, por exemplo, 69% dos respondentes afirmaram confiar nas notícias na maioria das vezes, um aumento de 4 pontos percentuais. No entanto, nos Estados Unidos e na Eslováquia, apenas 26% das pessoas mostraram essa confiança, mantendo esses países no final do ranking. No caso norte-americano, a situação contrasta com o fato dos formatos “All-News” e “News/Talk estarem entre os mais consumidos no setor de rádio, veículo este que constantemente está indicado com credibilidade alta por diferentes levantamentos.
Na América Latina, além da queda no Brasil, a Colômbia também apresentou uma diminuição de 3 pontos percentuais até fevereiro de 2022. Outros países latino-americanos registraram estabilidade ou ligeiras melhorias. Na África e na Ásia, os resultados foram variados, com alguns países demonstrando crescimento na confiança na mídia, enquanto outros viram essa confiança diminuir.
Ainda sobre o caso do Brasil, apesar da queda, o país segue indicado entre aqueles de maior confiança nas notícias locais.
Segundo o relatório, apesar da maioria das pessoas se manterem engajadas e utilizarem regularmente as notícias, países com níveis de confiança mais baixos, como EUA, Reino Unido, França e Eslováquia, também apresentaram altos índices de evitação seletiva de notícias. Essa evitação é caracterizada pela escolha de limitar a exposição a determinados tipos de notícias, e as razões citadas incluem: repetitividade da agenda de notícias, sensação de cansaço e desgaste causados pelas notícias, efeitos negativos no humor, sensação de impotência, dificuldade em compreender as notícias ou a descrença na sua veracidade.
Novamente sobre o consumo entre formatos de rádio, a Nielsen já havia indicado um crescimento acima da média para gêneros jornalísticos, mas a normalização na audiência de perfis mais musicais conforme a pandemia da COVID-19 arrefecia.
Com informações da Reuters, Statista, Nielsen e Tudo Rádio.