Grandes marcas do mercado catarinense estão diariamente nos intervalos comerciais ou patrocinando as atrações da programação das emissoras de rádio de Santa Catarina. Elas querem comunicar seus produtos, serviços, promoções e ofertas com quem faz do rádio de pilha, no carro ou no smartphone, o companheiro de todas as horas.
As mesmas virtudes que marcas do varejo como Koerich, Angeloni, Fort Atacadista, entre outras. enxergam no rádio, é o que leva empresas com uma atuação mais segmentada também a investir no meio. É o caso da Stratum Blockchain Tech, empresa que trabalha com plataforma de blockchain e criptomoedas (como Bitcoin, entre outras). Desde outubro de 2018, a empresa vem investindo em rádio, patrocinando o comentário sobre finanças veiculado na CBN-Diário, de Florianópolis.
Segundo a diretora de operações da Stratum, Charys Oliveira, vários pontos motivaram a decisão. “Primeiro, disseminar o conhecimento sobre nosso trabalho em veículos convencionais e de massa”, diz. Outro motivo foi a escolha do programa (comentário do especialista em finanças, Mauro Halfeld). “É de economia, na rádio CBN, o que acaba convergindo para um foco e objetivo de estimular investidores e ouvintes interessados a buscarem informações sobre o mercado de criptomoedas e nos tornar referência no assunto”, afirma Charys.
Meio fundamental
Decisões de investimento em rádio tanto de uma marca tradicional quanto de uma empresa com atuação mais segmentada indicam a relevância que o meio ainda possui. “A mídia rádio ainda é fundamental no planejamento das agências”, afirma Vanderlei Peretti, sócio da Decisão Propaganda e vice-presidente do Sinapro para o meio rádio. “Está sempre nos planos de mídia que desenvolvemos”, diz. “Às vezes tem rádio e outdoor; rádio e TV; rádio, TV e internet”, diz, destacando que o percentual de investimento direcionado depende de cada cliente. “Às vezes, 70% vai para rádio e o restante da verba para internet, por exemplo”.
Para Peretti, o anunciante precisa estar em todas as plataformas e o rádio se apresenta como um bom negócio por ter um custo-benefício melhor e trazer resultados mais rápidos. Isso acaba sendo um atrativo também para os pequenos anunciantes. “Além disso, é muito mais fácil produzir material para o rádio”, diz Peretti, destacando também a instantaneidade como uma das marcas que valorizam o meio. “Um supermercado com promoção com oferta de produtos já consegue colocar ao vivo no rádio, com intervenção direto do local ou não”, cita.
Na avaliação do VP do Sinapro, a forma com que o rádio vem utilizando as redes sociais, além de uma vantagem a mais para o anunciante, tem se revelado uma oportunidade tanto para as emissoras quanto para quem anuncia. “Hoje não temos mais essa divisão entre on e off e as emissoras conseguem estar presente no rádio e na rede social gerando engajamento e fazendo promoções com anunciantes”, diz. “Não reduziu o faturamento do rádio por causa da internet, pelo contrário, até cresceu, sem contar o alcance já que muitas pessoas ouvem pelo computador ou smartphone”.
Características e tendências
Além das vantagens citadas por Peretti, o localismo, uma das principais características do rádio em Santa Catarina, também ajuda a reforçar a importância do investimento no meio. Há cidades em que o rádio é a única mídia existente e isso, longe de ser um problema, torna-se uma oportunidade por ter uma penetração maior muito baseada na proximidade das emissoras com o público. “Nos grandes centros o rádio é importante para entreter e formar opinião, enquanto que no interior é o meio de contato diário das pessoas porque elas estão em locais onde o rádio penetra melhor que outros veículos”, diz o presidente da ACAERT e presidente-executivo do Grupo RIC, Marcello Petrelli.
Junto com essa marca regionalizada do meio, nos últimos o rádio em Santa Catarina também tem apresentado novidades. A principal é o processo de migração do AM para o FM, que representa um avanço em termos técnicos e amplia as oportunidades para os anunciantes também com a chegada de novas emissoras. É o caso da Grande Florianópolis que ganhou duas novas opções com a “transformação” das rádios AM Guararema e Record emMassa FM e Magia FM, respectivamente.
E mesmo que o rádio tenha aplicativos como o Spotify como concorrente (para quem ouve música ou consome informação de podcasts), as perspectivas para o meio são positivas em nível mundial, podendo superar a TV, inclusive. De acordo com um levantamento da Deloitte Global, empresa de auditoria e consultoria, a receita global de rádio chegará a US$ 40 bilhões em 2019, crescimento de 1% em comparação com a 2018.
A previsão também é que o alcance semanal em 2019 será de 85% da população adulta ouvindo rádio – quase 3 bilhões de pessoas no mundo todo – com média de 90 minutos por dia. Os dados globais batem com o apontado pelo estudo da Kantar Ibope Media para o Brasil (alcance de 86% da população em 13 regiões metropolitanas). E, diferente do que ocorre com outras plataformas da chamada mídia tradicional, a Deloitte aponta que o rádio continuará a apresentar um bom desempenho junto aos ouvintes mais jovem. Pronto para investir em rádio?
Este conteúdo é parte da série Mapa de Oportunidades, uma parceria do Portal Making Of com a ACAERT (Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão).
Fonte: Conteúdo produzido por Alexandre Gonçalves, especial para o Portal Making Of