A Anatel divulgou que, a partir da próxima segunda-feira (28), operadoras que adquiriram lotes na faixa de 3,5 GHz poderão solicitar o licenciamento e ativação de estações de 5G em mais 100 cidades brasileiras. Com estas liberações, o Brasil alcança a marca de 1.812 municípios nos quais foi liberada a utilização da faixa de 3,5 GHz por estações do 5G standalone. O setor de rádio tem total interesse na nova tecnologia e, por vários motivos, acompanha a sua implantação.
Segundo levantamento realizado pela Anatel, esses locais abrigam mais de 122 milhões de brasileiros – quase 60% da população do país. Ainda de acordo com a Anatel, essa liberação da faixa não significa que redes do 5G serão instaladas de imediato nas localidades. A instalação antecipada de estações de quinta geração depende do planejamento individual de cada prestadora.
“A liberação da faixa do 5G é uma das primeiras etapas desse trabalho contínuo que o Governo Federal desenvolve, de norte a sul do país, para levar a quinta geração de dados móveis a todo brasileiro, a toda escola e unidade de saúde. Os compromissos das operadoras vencedoras do leilão do 5G vão até 2030, mas seguimos trabalhando para adiantar esse prazo”, afirma o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
A Anatel disponibiliza o painel que o Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi) para eventuais dúvidas. Há também informações sobre os municípios em que a faixa de 3,5 GHz já se encontra liberada e o planejamento aprovado para as próximas liberações.
5G interessa para o rádio e para todos os setores econômicos do país
O 5G é fundamental para a chamada “economia 4.0”, revolução tecnológica que poderá acelerar novos hábitos de consumo de mídia em todo o planeta. O rádio, que já experimenta um avanço de seu alcance digital através de várias iniciativas on-line, impulsionadas pela maior oferta de conexão por parte de ouvintes e também de dispositivos disponíveis (como smartphones e smart speakers), é um grande interessado nesse processo.
Para se ter uma ideia do crescimento da audição digital de rádio, segundo o último Inside Radio 2022, da Kantar IBOPE Media, o consumo de estações on-line já atinge 7,4 milhões de pessoas em 13 regiões brasileiras, com um acréscimo de 85% neste volume de consumo entre 2019 e 2022.
Com alta velocidade, boa cobertura e baixa latência do 5G, usuários já cogitam até abandonar planos de banda larga e ficar apenas com a rede móvel. Mas como isso afeta o rádio? Esse cenário abre uma janela de oportunidades para o crescimento digital das emissoras, mas também traz desafios.
Como empresas, o rádio também pode experimentar benefícios operacionais através do avanço da conectividade e novas formas de ganhos, como o crescimento do mercado programático através do áudio digital e o fortalecimento de iniciativas como o rádio híbrido, que combina os pontos fortes da operação via dial (FM/AM) com streaming (e outros dados oferecidos pelas estações).
Até onde é possível enxergar, considerando o que temos hoje disponível ao grande público em larga escala, existe uma real possibilidade de crescimento rápido da demanda por conteúdo digital através do 5G, especialmente áudio via streaming. E isso é positivo para as emissoras, que já disponibilizam esse tipo de conteúdo, tendo como desafio tornar esse acesso de forma simples e rápida para o usuário, similar à lógica do rádio FM. Por ser um fluxo mais leve atualmente, a tendência de crescimento do streaming das emissoras com um 5G mais presente e estável é real, considerando a ampla oferta de smartphones de diferentes preços e marcas disponíveis no Brasil. A combinação de FM disponível nos aparelhos e conexão de dados pode representar um futuro próximo muito promissor para o conteúdo de rádio.
Com informações do Ministério das Comunicações e Tudo Rádio.