Seja Digital e Anatel garantem que há tempo para que toda a população apta a receber os kits de digitalização seja atendida e que não há possibilidade de adiamento do switch off
Aconteceu sexta-feira, 17, em São Paulo a entrega do kit de conversão digital número 500 mil. O momento é simbólico por chamar a atenção para o maior desligamento da TV analógica no processo de transição para a TV Digital no Brasil. E também por evidenciar que, a apenas 40 dias do apagão, menos de um terço das famílias com direito a receber gratuitamente o kit contendo conversor e antena o pegaram.
Até o momento, 26% das famílias do CadÚnico, aquelas atendidas por programas assistenciais do governo federal, retiraram os equipamentos. Ao todo, a região metropolitana deve receber 1,87 milhão de kits da Seja Digital, a organização criada pelas operadoras de telefonia móvel para organizar a entrega dos kits e a limpeza da faixa de 700 MHz que lhes será destinada. A entrega dos kits começou em outubro de 2016.
Juarez Quadros, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), disse nesta sexta-feira, em evento que marcou a entrega, que há tempo e condições para que todos os kits sejam distribuídos. “Já são 86% da população recebendo sinal digital na região, conforme dados de janeiro do Ibope. A gente espera chegar ao mínimo para o desligamento, de 93%, até 29 de março. Não há possibilidade de adiar o desligamento”, frisou a jornalistas.
Antonio Martelletto, presidente da Seja Digital, lembra que a população inscrita no CadÚnico precisa solicitar o kit pela internet ou por telefone (número 147), agendar dia e hora para a retirada dos equipamentos, em local definido caso a caso, uma vez que a região metropolitana é formada por 38 cidades. “O prazo de retirada será estendido em até 45 dias após o desligamento, e se ainda houver demanda, poderá ir além disso”, afirmou. Na metrópole paulista calcula-se que 7 milhões de domicílios assistam à TV aberta, o que representa 20 milhões de pessoas que vão passar a ver o sinal digital. “Não vamos deixar ninguém para trás”, afirma o executivo.
O desligamento da TV analógica faz parte da digitalização da TV no Brasil e da disponibilização de mais espectro para que as operadoras de telefonia móvel ampliem a oferta de banda larga pelo celular. Em 2014 a Anatel realizou um leilão, no qual licitou frequências na faixa de 700 MHz (popularmente conhecida como UHF), usadas por emissoras de TV.
As operadoras se comprometeram a garantir uma transição que não tirasse do ar o sinal de TV aberta, e criaram a empresa Seja Digital para executar a ação, com um orçamento de R$ 3,6 bilhões. Esse processo, chamado de limpeza da faixa de 700MHz, vai reordenar o uso do espectro, e exige que o cidadão sintonize, em casa, apenas o sinal digital de TV. Até 2018, 1,3 mil cidades no país terão o sinal analógico desligado. Segundo Quadros, da Anatel, o sinal na região metropolitana de São Paulo estará pronto para uso com banda larga móvel em no máximo nove meses após o desligamento.
Fonte: Tele Síntese