O digital em números: a necessidade das rádios de avaliar sua contribuição à receita total
Uma prática que pode ser adotada pelas rádios para entender melhor o ecossistema comercial em torno delas é ter detalhes de quanto o digital está impactando em suas receitas totais. Ou seja, é importante que uma marca de rádio saiba quanto do seu faturamento vem de produtos digitais. No caso do Brasil isso seria aglutinar todas as vendas feitas em streaming de áudio, publicações em redes sociais, publicidade em portais, aplicativos, produtos em vídeos on-line, entre outras iniciativas de marketing digital. Esse movimento é feito pelas empresas de rádios norte-americanas, independente de seu tamanho.
Desconsidere o tamanho da iHeartMedia no cenário nacional dos Estados Unidos, onde conta com mais de 800 rádios AM/FM e lideranças em frentes de áudio digital. Pegue o grupo e outros similares como “clusters” locais, ou seja, como cada grupo de rádio está em vendas em seus respectivos mercados locais. E aí você terá uma análise mais próxima de como o digital está impactando na publicidade local e qual o seu real tamanho para essas empresas, sendo aí possível um paralelo com a situação brasileira.
Segundo reportagens de veículos especializados no setor nos Estados Unidos, uma empresa local de mídia bem posicionada no digital já conta com um volume entre 25% e 30% de receita vinda do digital. É claro que você terá cenários diversos, onde alguns possuem performance abaixo da média e outros acima. O Inside Radio, que cobre o mercado norte-americano, destaca casos como a Townsquare Media, que tem mais da metade de sua receita originária do digital
Outros exemplos notáveis por lá são os casos da Salem Communications e iHeartMedia que também apresentam números impressionantes com 31,7% e 28,8% respectivamente. A Entravision não fica atrás, após grandes investimentos para expandir seus negócios digitais, registrou notáveis 78,1% de sua receita bruta de 2022 de publicidade e marketing digital.
O indicador de que uma empresa norte-americana bem posicionada no digital vem da análise feita por Todd Handy, Chief Revenue Officer na SEBPO, uma empresa especializada em operações de publicidade e soluções de dados.
Rick Ducey, da BIA (BIA Advisory Services, empresa que analisa mercados locais), lembra também que o sucesso no mundo digital não se resume apenas a números. Há uma série de elementos que precisam se alinhar para que empresas de mídia possam operar com confiança e sucesso. E Toddy Handy, com sua experiência anterior como Chief Digital Officer na Beasley Media Group, um outro importante grupo de rádios, destaca a importância de equilibrar a experiência do usuário com as necessidades do anunciante. Essas falas foram ditas no podcast “Leading Local Insights”.
Considerando também os desafios econômicos no horizonte, Handy sugere uma abordagem mais ampla para as empresas de mídia local. Em vez de se verem estritamente como empresas de rádio ou TV, elas devem expandir sua visão, atuando mais como agências dedicadas a servir anunciantes.
No podcast que conta com os dois executivos, Ducey e Handy concordam que a mídia local tem uma vantagem única: o relacionamento próximo e direto com os clientes. Mas, enquanto a reputação pode abrir portas iniciais para vendedores de anúncios, é a capacidade de inovar e olhar para o futuro que garantirá sua permanência e sucesso contínuo no mercado.
Fonte: Tudo Rádio.