Neste início de 2021, a Westwood One publicou um artigo que destaca um estudo realizado em agosto passado, chamado de Advertiser Perceptions. Nele, o levantamento mostra que as percepções de profissionais de marketing e agências sobre os hábitos de consumo de mídia são bem diferentes do que acontece na realidade. A pesquisa envolveu cerca de 300 profissionais que decidem a compra de mídia nos Estados Unidos e apontou que o rádio é subestimado pelo mercado.
O relatório da Westwood One, assinado por Pierre Bouvard, sugere em seu título que os profissionais de mídia deixem o “eu” de lado na hora de realizar afirmações sobre o consumo de mídia nos Estados Unidos. Isso porque o padrão e os hábitos desses profissionais são bem diferentes daqueles observados no norte-americano médio, seja no uso de aplicativos nos smartphones, tempo gasto com escutas de rádio AM/FM e também de TV linear.
No caso do rádio, os profissionais de mídia acreditam que os norte-americanos destinam 7% do total de tempo de consumo de mídia para conteúdos vindos do AM e FM. Na realidade, segundo dados da Nielsen, o consumo em tempo destinado ao rádio é quase o dobro, ou seja, 13%.
Também existem diferenças com outras formas de mídia. A Westwood One destaca que profissionais de marketing e agências acreditam que os consumidores gastam 16% de seu tempo diário de mídia com aplicativos ou a web em seus smartphones. Na realidade, os norte-americanos gastam 30% de seu tempo diário de mídia com esses dispositivos. Já para o consumo de TV linear a diferença é de 17% entre percepção (13%) e realidade (30%).
Já para outras plataformas digitais, como aplicativos ou acesso a internet em tablets, dispositivos conectados (AppleTV, Google Chromecast), Amazon Fire TV, smartphones, computadores, etc), videogames, DVDs/Blu-rays, entre outros, a percepção de consumo padrão é superestimada, ou seja, é indicado mais do que o padrão real observado na população média dos Estados Unidos.
Possíveis bolhas e olhos apenas para possíveis tendências
Segundo a Westwood One, essa desconexão entre percepção e realidade ocorre porque “as marcas costumam pedir às suas agências de mídia que olhem além do horizonte para prever as plataformas de mídia emergentes. O tempo constante gasto examinando as tendências dos pequenos consumidores pode exagerar seu tamanho percebido”, afirma o relatório.
“As conferências de mídia e publicações comerciais tendem a se concentrar em novas plataformas e mídias emergentes. Como tal, ‘os objetos podem parecer maiores do que são'”, complementa o relatório da Westwood One.