Nesta semana, o tudoradio.com publicou uma reportagem importante que destaca o efeito positivo do rádio na música, auxiliando diretamente na maior longevidade dos hits em paradas de sucesso. Outro levantamento também corrobora essa situação, especialmente na descoberta de novas músicas, revelando por que pessoas ao redor do mundo continuam a sintonizar AM/FM para atender às suas necessidades musicais. Os dados mostram ainda altos níveis de engajamento com o rádio em comparação com o streaming. Em resumo, a música é essencial para o rádio, mas o rádio também é fundamental para a música.
De acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), 76% dos ouvintes sintonizam o rádio principalmente pelo conteúdo musical, sendo que 67% dos entrevistados escolhem suas estações favoritas com base na seleção de músicas. Além disso, 63% afirmaram que deixariam de ouvir rádio se ele parasse de transmitir música.
Esse dado contrasta com o resultado encontrado nos Estados Unidos pela pesquisa Techsurvey 2024, realizada pela Jacobs Media, que apontou que apenas 57% dos ouvintes sintonizam o rádio por causa da música. Esse levantamento foi destacado recentemente pelo tudoradio.com e já se mostrava em rota oposta a outras pesquisas, inclusive aquelas realizadas no Brasil, onde a Kantar IBOPE Media continuamente indica a importância da música na grade das emissoras.
A IFPI também destaca que, em termos de dispositivos de escuta, os métodos tradicionais ainda predominam: 65% utilizam rádios independentes ou rádios automotivos. Dispositivos móveis e computadores respondem por 17% do tempo de escuta, enquanto smart-speakers estão gradualmente ganhando espaço, com 9% dos entrevistados utilizando esses dispositivos.
A pesquisa ainda apontou como o engajamento com o rádio varia entre diferentes faixas etárias. De acordo com a imprensa especializada, um dos pontos mais interessantes é que, entre os mais jovens, com idades entre 16 e 24 anos, 59% se envolvem com o rádio para ouvir música – quase igualando a taxa de 60% de uso de serviços de streaming de áudio por assinatura nesse grupo etário.
O uso do rádio mostra um aumento constante em faixas etárias mais avançadas, com 71% dos ouvintes entre 25 e 34 anos sintonizando, em contraste com 62% que utilizam o streaming. O engajamento com AM/FM atinge seu pico entre os ouvintes de 35 a 64 anos, onde se mantém consistentemente em 77% ou mais, enquanto o uso de serviços de streaming fica em 50% ou menos.
Por fim, a IFPI considerou um cenário hipotético em que a música fosse removida do rádio. Nessa situação, 85% dos entrevistados indicaram que procurariam satisfazer suas necessidades musicais em outros lugares, predominantemente através de serviços de streaming por assinatura.
Como indicado em outra reportagem publicada no tudoradio.com, o rádio tem um papel fundamental na longevidade dos artistas em paradas musicais, ampliando significativamente a permanência dessas produções em rankings como o da Billboard. Resultado? Isso se traduz em vendas para os artistas, impulsionando shows, reproduções em plataformas de streaming e outras iniciativas por parte dos músicos e gravadoras. Ao contar apenas com as plataformas digitais, é possível atingir o topo, mas por pouco tempo, com a música saindo rapidamente do ranking e perdendo relevância, inclusive nas próprias plataformas de música.
Fonte: Tudo Rádio