A rádio FM continua a ser um meio de comunicação extremamente relevante no Brasil, mesmo com o avanço das plataformas digitais de streaming e outras formas de mídia. A resiliência da rádio é evidente tanto no cenário global quanto no nacional, destacando-se como uma fonte crucial de informação e entretenimento.
De acordo com a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), aproximadamente 78% da população brasileira ouve rádio semanalmente, o que representa cerca de 160 milhões de pessoas. Esse número impressionante reflete a importância da rádio no cotidiano dos brasileiros.
Em média, os ouvintes passam entre 1,5 a 2 horas por dia sintonizados em suas estações favoritas ([ABERT](https://www.abert.org.br/).
A programação diversificada, que inclui música, notícias, esportes e talk shows, é um dos fatores que mantém a rádio relevante e atrativa para diferentes públicos. A audiência de rádio é alta em todas as regiões do Brasil, mas merece destaque especial a região Sul, particularmente o estado de Santa Catarina. A diversidade
cultural e a forte presença de rádios locais contribuem para uma audiência fiel e engajada. Em Santa Catarina, as rádios desempenham um papel vital na disseminação de informações locais, notícias, música e entretenimento, conectando comunidades e fortalecendo a identidade regional. As rádios locais são especialmente importantes em áreas rurais e comunidades menores, onde muitas vezes são a principal fonte de informação e comunicação.
Uma diferença notável entre o mercado brasileiro e o europeu é a integração com plataformas digitais. Na Europa, muitas estações de rádio FM têm investido significativamente em suas presenças online, oferecendo streaming ao vivo, podcasts e aplicativos móveis. Esse movimento tem ajudado a manter e até aumentar a audiência, especialmente entre os jovens
([EBU](https://www.ebu.ch/)).
Em países como Alemanha, França e Reino Unido, cerca de 85% da população ainda escuta rádio semanalmente, com uma média de 2 a 3 horas diárias. A programação diversificada e a forte presença de rádios locais contribuem para
essa alta taxa de audiência. A digitalização das rádios europeias também tem permitido uma maior interação com os ouvintes, através de redes sociais e plataformas de feedback em tempo real.
No Brasil, embora haja um crescimento na digitalização das rádios, o processo é mais lento e enfrenta desafios como a infraestrutura de internet e a adaptação tecnológica das emissoras. No entanto, a tendência é clara: a rádio brasileira está se modernizando e buscando novas formas de engajar seu público através das plataformas digitais. A digitalização das rádios no Brasil inclui a oferta de streaming ao vivo, podcasts e a utilização de redes sociais para interagir com os ouvintes. Esse movimento é essencial para atrair um público mais jovem e acostumado com o consumo de mídia digital.
Para acompanhar essa transformação digital, é crucial o desenvolvimento de profissionais qualificados que saibam utilizar ferramentas digitais, redes sociais e inteligência artificial (IA). A capacitação desses profissionais é essencial para que as rádios possam explorar todo o potencial das novas tecnologias, oferecendo conteúdos mais interativos e personalizados. A formação de profissionais em áreas como marketing digital, análise de dados e produção de conteúdo multimídia é fundamental para o futuro das rádios. Além disso, a integração de IA pode ajudar na personalização de conteúdos e na automação de processos,
tornando as operações mais eficientes.
A rádio FM continua a ser um meio de comunicação relevante e adaptável, capaz de se reinventar frente às novas tecnologias e hábitos de consumo. Em termos de faturamento, as rádios europeias tendem a ter uma maior diversificação de receitas, incluindo publicidade digital e parcerias com plataformas de streaming.
No Brasil, a maior parte do faturamento ainda vem da publicidade tradicional, embora haja um crescente interesse em explorar novas fontes de receita digital ([ABERT](https://www.abert.org.br/). A diversificação de receitas é um passo importante para a sustentabilidade financeira das rádios, permitindo investimentos em novas tecnologias e conteúdo de qualidade.
A rádio no Brasil, especialmente em regiões como Santa Catarina, desempenha um papel fundamental na vida das pessoas, oferecendo uma mistura única de informação, cultura e entretenimento. Com a integração de novas tecnologias e o desenvolvimento de profissionais qualificados, a rádio tem tudo para continuar sendo um meio de comunicação relevante e inovador.
A rádio, com sua capacidade de adaptação e inovação, continua a ser uma peçachave no cenário midiático brasileiro, conectando pessoas e comunidades de maneira única e eficaz.
Fontes: Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT):
[ABERT](https://www.abert.org.br/) e European Broadcasting Union (EBU):
[EBU](https://www.ebu.ch/)
Por Marcos Antônio Silveira – Advogado, Assessor Jurídico do Sindicato Patronal de Rádio e Televisão do Estado de Santa Catarina. Coordenador Jurídico da Faculdade de Tecnologia AERO TD.